Higiene íntima no verão pede ainda mais cuidado
Região precisa estar sempre limpa, seca e arejada. Veja as principais
dicas para evitar a candidíase
O calor exige maior
atenção da mulher com relação à higiene íntima. As altas temperaturas aumentam
a transpiração, fazendo com que a região fique mais quente e úmida. “Esse é um
ambiente propício para o crescimento e a proliferação de bactérias, o que
aumenta o risco de infecções vaginais”, explica o ginecologista e obstetra
Domingos Mantelli Borges Filho.
Para
garantir a saúde genital, o principal é deixá-la limpa, seca e arejada. Para
tal, a recomendação dos especialistas é lavar a região com água corrente e
sabonete neutro, sem perfume, para não modificar a flora vaginal.
"Preferencialmente utilizar sabonetes líquidos e com ph ácido porque os
sabonetes em barra, na grande maioria, costumam ser alcalinos e podem agredir a
camada protetora da pele, causando alergia e coceira", alerta a
ginecologista Adriane Camozzato, da Associção de Ginecologia e Obstetrícia do
Rio Grande do Sul (Sogirs). "Os sabonetes devem produzir pouca espuma para
que limpem a pele suavemente sem remover sua camada protetora e não conter
substâncias antissépticas que matam os microorganismos naturais", completa.
“O ideal é que a mulher faça a higiene de duas a três vezes por dia e seque bem
o local”, aconselha Rogério Ramires, ginecologista do Laboratório Femme,
especializado em saúde feminina. E nada de apelar para os lenços umedecidos. “É
mais apropriado fazer a lavagem correta. Os lenços dão sensação refrescante,
mas não é realmente uma assepsia”, completa o médico.
Para a ginecologista e obstetra
Denise Gomes, da clínica Plena, o mais importante é garantir que a região não
fique úmida. Para isso, recomenda até o uso do secador. “Para secar-se bem após
o banho, a mulher pode inclusive usar secadores de cabelo frios para esse
propósito”, afirma. A limpeza também deve ser feita, diz ela, após o banho de
mar ou de piscina ou da evacuação.
Manter o local arejado costuma ser um problema nessa época do
ano. A maioria dos modelos de biquínis e maiôs são feitos de fibras sintéticas,
o que deixa a vagina abafada. Além disso, ficar com a roupa molhada por muito
tempo pode ser a porta de entrada de infecções urinárias, candidíase e vaginose bacteriana.
Os sintomas, em geral, são
coceira, ardor ao urinar e corrimento com cheiro forte. “Essas queixas são
comuns quando as mulheres voltam de férias”, informa Ramires.
O médico, porém, faz um alerta:
mesmo sendo corriqueiro, o problema deve ser investigado pelo médico. “A
automedicação é perigosa, é preciso fazer um exame para saber exatamente o que
está causando o problema e trata-lo de maneira adequada”, relata.
De acordo com os especialistas,
o ideal seria trocar o biquíni molhado por uma calcinha seca e usar sempre
modelos confeccionados em algodão. “Evitar usar absorventes diários e
dormir sem a roupa íntima também são duas dicas boas”, garante Denise.
Absorvente interno
No calor, as mulheres optam
mais pelo absorvente interno. Seu uso não traz problemas, desde que observado o
período de troca do mesmo (5 horas em média). “Por isso, não é recomendado
dormir com ele, já que a ventilação adequada é impedida”, afirma
Borges Filho.